segunda-feira, 2 de maio de 2011

Infestação de caramujos preocupa em Campina Verde

Mistura de umidade e calor típica dessa época do ano ajuda no surgimento e infestação do caramujo africano


Uma grande proliferação de caramujos africanos vem se alastrando pela cidade e preocupa a população local por causa das doenças que o animal transmite, enquanto a prefeitura através da Secretaria municipal de Saúde estaria inerte para o problema, sem ao menos ter um programa que oriente a população quanto ao risco que é a praga dos caramujos.
A mistura de umidade e calor típica dessa época do ano ajuda no surgimento do chamado caramujo africano (Achatina Fulica). Muita gente ainda pensa que eles são escargot, quando na verdade, o simples contato sem luvas pode transmitir graves doenças.
O Caramujo Africano foi trazido para o Brasil de forma ilegal na década de 80 por produtores rurais. Eles buscavam uma alternativa mais rentável para substituir o escargot, um molusco apreciado na França como uma iguaria gastronômica. O negócio não deu certo e os caramujos acabaram abandonados. Diferente do verdadeiro escargot, que é bem menor e tem a concha quase redonda, o caramujo africano é estranho e chega a ser repulsivo. Ele é grande e escuro e quando adulto pode medir 15 centímetros de comprimento e pesar 200 gramas.
O molusco ocupa normalmente terrenos baldios e áreas de cultivo de hortaliças e se prolifera rapidamente e causa muitas dores de cabeça aos moradores já além da inconveniente secreção deixada por onde passa, pode ser um risco na contaminação de alimentos.
Em um artigo publicado na imprensa, a bióloga e malacologista (especialista em moluscos) Silvana Thiengo explica que eles são capazes de provocar doenças em humanos e animais domésticos, contaminam a água e devastam plantações e jardins. Até a meningite pode ser transmitida pelo caramujo africano.
”Por onde passa, deixa uma secreção e se estiver contaminado por microorganismos pode afetar o sistema nervoso central do homem, causando cegueira e meningite. O contato com o caramujo também pode provocar problemas intestinais graves. Casos de meningite já foram registrados no Brasil, relacionados à contaminação pelo caramujo africano”, informou ela.
Para evitar a contaminação dos alimentos, Silvana aconselhou: “mergulhe as verduras, frutas e legumes em uma mistura contendo uma colher de sopa de água sanitária em um litro de água. Espere de 15 a 30 minutos e enxague bem antes de comer’.
A bióloga explicou que o número de caramujos aumenta sempre depois das chuvas e a melhor forma de controle é mesmo pegá-los com as mãos, desde que estejam com luvas. A captura deve ser feita nas primeiras horas da manhã e no final da tarde, quando os caramujos saem para comer.

Dicas de como matar os moluscos:
- Para realizar a catação, as mãos devem estar protegidas com luvas ou sacos plásticos para evitar o contato com o animal.
- Os caramujos recolhidos devem ser esmagados, cobertos com cal virgem e enterrados.
- Recolher também os ovos, que ficam semi-enterrados e proceder da mesma forma usada para os animais coletados.
 - Os caramujos e ovos recolhidos também podem ser mortos com solução de cloro, três partes iguais de água para uma de cloro, mas devem ser deixados totalmente cobertos por essa solução durante 24hs, antes de serem descartados.
- Jogar água fervente e incinerar também são opções, mas estes procedimentos devem ser realizados com segurança.
 - O material ensacado também pode ser descartado em lixo comum, mas é preciso quebrar as conchas para que elas não acumulem água, tornando-se possíveis focos para reprodução de mosquitos.

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