Mulher faz greve de
fome por obra em Frutal
Cássia Santos acampa em frente à prefeitura de Frutal e
faz greve de fome
Uma mulher decidiu tomar uma atitude drástica
para tentar resolver um problema na cidade de Frutal, em Minas Gerais. Após
muita reclamação, a professora Cássia Santos se acorrentou a uma árvore em
frente à prefeitura da cidade para pedir que o órgão iniciasse uma obra para
tapar um enorme buraco próximo à sua residência. Além de estar
"acampada" na calçada da prefeitura, Cássia faz greve de fome.
De acordo com o advogado da geógrafa, Osório
Machado Júnior, o buraco é chamado de "voçoroca" e tem 25 m de
profundidade, além de estar a 17 m de uma creche e a 12 m da casa de Cássia.
"Precisamos que inicie as obras imediatamente. Frutal é uma terra de
ninguém. Se não fizermos esse tipo de trabalho, como essa greve de fome, nada
funciona", afirmou Osório.
O advogado disse ainda que o problema se
agrava quando chove, já que a água forma uma enxurrada que arrasta tudo para
dentro do buraco gigante. "Uma obra urbana não foi feita e isso foi uma
falha do setor de obras da prefeitura", afirmou o advogado.
A reportagem do Terra entrou em contato com o
secretário de obras Alexandre Ali Mere Filho. Segundo ele, a responsabilidade
do problema é da Secretaria do Meio Ambiente. "A Secretaria de Obras faz o
serviço, mas quem tem que resolver é meio ambiente. Tenho que executar a obra,
só isso", disse Ali Mere.
Há cerca de duas semanas, o Terra entrou em
contato com José de Souza e Silva Neto, secretário do meio ambiente, que, na época,
disse que uma equipe de engenheiros faria uma reunião para iniciar o
procedimento de obras no local. Nesta segunda-feira, a reportagem falou
novamente com o secretário, que afirmou que quando o projeto estiver pronto as
obras começarão.
"Eu não sou engenheiro. Não faço obra,
quem faz é ele (Alexandre Ali Mere). Uma equipe de engenheiros foi lá, olhou o
local, viu o que deve ser feito e pediu até o meio de dezembro para entregar o
projeto de engenharia. A prefeitura, com certeza, vai fazer essa obra, ou pelo
menos vai iniciar", afirmou José Neto.
Cássia Santos disse que fez a primeira
reclamação há quase dois anos, quando a voçoroca estava a 80 m de sua casa.
"Os riscos que eu e minha família corremos, não de morrermos soterrados,
mas de vermos nosso único bem ser levado pela irresponsabilidade de quem
deveria zelar pelos nossos interesses. E não é só minha casa que está em risco,
mas também uma creche que cuida de mais de 270 crianças em período matutino e
vespertino", afirmou o professora, que está desde as 13h sem comer.
Cássia disse ainda que tem o apoio da
população de Frutal. Segundo ela, as pessoas passam pelo local do protesto e a
aplaudem. "Estou firme e forte mais do que nunca. O apoio da população é
muito grande. Temos que fazer isso com muita responsabilidade. Estou aqui pela
creche e por todas as pessoas da cidade. Como uma cidade conhecida mundialmente
como 'Cidade das Águas' deixa chegar a esse ponto".
A geógrafa negou a informação do secretário
do meio ambiente ao dizer que nunca viu nenhum engenheiro pela região.
"Eles estão sendo omissos e devem iniciar essas obras imediatamente",
concluiu.
Fonte: Jornalista
Antônio Araújo (Frutal/MG)
Nenhum comentário:
Postar um comentário