segunda-feira, 3 de dezembro de 2012


Mulher faz greve de fome por obra em Frutal

Cássia Santos acampa em frente à prefeitura de Frutal e faz greve de fome

Uma mulher decidiu tomar uma atitude drástica para tentar resolver um problema na cidade de Frutal, em Minas Gerais. Após muita reclamação, a professora Cássia Santos se acorrentou a uma árvore em frente à prefeitura da cidade para pedir que o órgão iniciasse uma obra para tapar um enorme buraco próximo à sua residência. Além de estar "acampada" na calçada da prefeitura, Cássia faz greve de fome.
De acordo com o advogado da geógrafa, Osório Machado Júnior, o buraco é chamado de "voçoroca" e tem 25 m de profundidade, além de estar a 17 m de uma creche e a 12 m da casa de Cássia. "Precisamos que inicie as obras imediatamente. Frutal é uma terra de ninguém. Se não fizermos esse tipo de trabalho, como essa greve de fome, nada funciona", afirmou Osório.
O advogado disse ainda que o problema se agrava quando chove, já que a água forma uma enxurrada que arrasta tudo para dentro do buraco gigante. "Uma obra urbana não foi feita e isso foi uma falha do setor de obras da prefeitura", afirmou o advogado.
A reportagem do Terra entrou em contato com o secretário de obras Alexandre Ali Mere Filho. Segundo ele, a responsabilidade do problema é da Secretaria do Meio Ambiente. "A Secretaria de Obras faz o serviço, mas quem tem que resolver é meio ambiente. Tenho que executar a obra, só isso", disse Ali Mere.
Há cerca de duas semanas, o Terra entrou em contato com José de Souza e Silva Neto, secretário do meio ambiente, que, na época, disse que uma equipe de engenheiros faria uma reunião para iniciar o procedimento de obras no local. Nesta segunda-feira, a reportagem falou novamente com o secretário, que afirmou que quando o projeto estiver pronto as obras começarão.
"Eu não sou engenheiro. Não faço obra, quem faz é ele (Alexandre Ali Mere). Uma equipe de engenheiros foi lá, olhou o local, viu o que deve ser feito e pediu até o meio de dezembro para entregar o projeto de engenharia. A prefeitura, com certeza, vai fazer essa obra, ou pelo menos vai iniciar", afirmou José Neto.
Cássia Santos disse que fez a primeira reclamação há quase dois anos, quando a voçoroca estava a 80 m de sua casa. "Os riscos que eu e minha família corremos, não de morrermos soterrados, mas de vermos nosso único bem ser levado pela irresponsabilidade de quem deveria zelar pelos nossos interesses. E não é só minha casa que está em risco, mas também uma creche que cuida de mais de 270 crianças em período matutino e vespertino", afirmou o professora, que está desde as 13h sem comer.
Cássia disse ainda que tem o apoio da população de Frutal. Segundo ela, as pessoas passam pelo local do protesto e a aplaudem. "Estou firme e forte mais do que nunca. O apoio da população é muito grande. Temos que fazer isso com muita responsabilidade. Estou aqui pela creche e por todas as pessoas da cidade. Como uma cidade conhecida mundialmente como 'Cidade das Águas' deixa chegar a esse ponto".
A geógrafa negou a informação do secretário do meio ambiente ao dizer que nunca viu nenhum engenheiro pela região. "Eles estão sendo omissos e devem iniciar essas obras imediatamente", concluiu.
Fonte: Jornalista Antônio Araújo (Frutal/MG)

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