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Campina Verde - Pecuarista acusado de homicídio foi condenado a 15 anos de reclusão pelo Tribunal do Júri 

Em sessão realizada na última terça-feira (13/05), o Tribunal do Júri de Campina Verde condenou Wagner Bernadelli Junior à pena de quinze anos de reclusão, pelo crime de homicídio que vitimou Felipe de Paula Cortezia e pelo crime de lesões corporais de natureza grave contra Gustavo de Paula Cortezia.

O acusado Wagner Bernadelli estava pronunciado como incurso nas sanções do artigo. 121, § 2º, II (motivo fútil) e IV (recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e art. 129, § 1º, II (perigo de vida), todos do Código Penal Brasileiro e Código de Processo Penal, teses acatadas pelo Conselho de Sentença, que foi composto por seis mulheres e um homem.

Soma das penas - Portanto, apesar da tentativa da defesa de retirar duas qualificadoras do crime de homicídio (motivo fútil e recurso que dificultou a defesa do ofendido) contra Felipe e alteração de lesão grave para lesão leve este último cometido contra o engenheiro Gustavo de Paula Cortezia, o acusado foi condenado a pena de 14 anos de reclusão pelo crime praticado contra a vítima Felipe de Paula Cortezia e 1 ano de reclusão quanto à vítima Gustavo de Paula Cortezia, pelo que somando as penas que lhe foram impostas perfazem o total de 15 anos de reclusão, a qual deverá ser cumprida inicialmente, em regime fechado, conforme determina a legislação.

Porém, a justiça entendeu o direito do acusado de aguardar o recurso da sentença condenatória em liberdade, tendo em vista que ele aguardou o julgamento em liberdade, sem criar qualquer obstáculo ao regular andamento do feito, e diante da inexistência de suficiente fundamentação quanto à necessidade de sua prisão.

A Defesa do acusado foi realizada pelos advogados Gaudêncio Faria de Almeida e Geraldo de Souza Brasil. Já a acusação foi a cargo do Representante do Ministério Público, Promotor de Justiça desta comarca, José Cícero Barbosa da Silva Júnior e teve como assistente de acusação o advogado Antônio Godoy Maruca.

O Júri foi presidido pela Juíza de Direito Eleusa Maria Gomes.

Nos dias que antecederam o julgamento, familiares das vítimas que residem no Estado de São Paulo, estiveram na cidade onde clamavam justiça para o acusado, através de faixas com a foto da vítima fatal, Felipe Cortezia, pedindo a prisão do acusado.

O crime - O pecuarista, Wagner Bernardelli Junior, de Fernandópolis, foi julgado pelo crime de homicídio qualificado pela morte do irmão do cunhado em julho de 2008.

Wagner Bernardelli, então com 32 anos, estava na propriedade rural de seu pai juntamente com o cunhado, Gustavo de Paula Cortezia e o irmão do cunhado, Felipe de Paula Cortezia onde a agressão aconteceu, após uma discussão entre a vítima e o acusado. O irmão da vítima, Gustavo, era cunhado de Bernardelli, à época, e também foi atingido por golpes de canivete pelo denunciado, mas sobreviveu aos ferimentos.

De acordo com os registros policiais, após a discussão, Bernardelli Junior desferiu golpes que atingiram a vítima no tórax e braço direito. Gustavo de Paula Cortezia, que é cunhado de Bernardelli e irmão da vítima, tentou defender Felipe e sofreu graves ferimentos em um dos braços. Apesar de ferido, Gustavo levou o irmão para um hospital, mas ele não resistiu e morreu.

A médica plantonista que o assistiu, à época dos fatos, no Hospital do Povo, em Iturama, explicou que Felipe recebeu perfurações graves no tórax, braço direito e na região lombar.

Felipe de Paula Cortezia (foto ao lado), jovem de conduta ilibada, profissionalmente reconhecido, era formado em Administração e cursava pós-graduação na Fundação Getúlio Vargas, residia em Campinas e com apenas 25 anos, já havia conquistado o cargo de gerência numa área da matriz do Banco Bradesco em Osasco, teve sua vida abreviada.

O crime teria sido motivado por uma discussão sobre o pagamento de juros referente a um empréstimo feito por Gustavo ao pai do denunciado para a aquisição da propriedade rural onde se consumou a tragédia.

Mesmo tendo confessado o delito praticado, Bernardelli, permaneceu apenas quatro dias detido e estava em liberdade provisória até o julgamento que ocorreu na última terça-feira (13/05) no Tribunal do Júri desta comarca.