quarta-feira, 16 de maio de 2018

Audiência do caso Kelly ouve sete pessoas hoje em Frutal
 -  Kelly Cadamuro foi morta em novembro do ano passado  Foto: Reprodução/Facebook/Kelly Cadamuro
Jovem Kelly Cristina Cadamuro foi morta ao dar carona combinada em rede social 
Serão 6 testemunhas de acusação e uma da defesa de Daniel Teodoro da Silva



Sete pessoas serão ouvidas como testemunhas nesta quarta-feira, 16, na primeira audiência dos acusados do assassinato de Kelly Cristina Cadamuro, uma jovem de Guapiaçu morta em 1º de novembro de 2017, durante uma viagem de Rio Preto para Itapagipe. A audiência será no Fórum de Frutal.
Jonathan confessou ter matado a jovem na região de Frutal   (Foto: Samir Alouan/Rádio 97 FM/Pontal Online)
Jonathan
Kelly deu carona para Jonathan Pereira do Prado, que tinha fugido durante a saidinha temporária de junho de 2017 do CPP de Rio Preto. A carona foi combinada via rede social e ele teria planejado o crime. Além de Jonathan, serão julgados Daniel Teodoro da Silva e Wander Luís Cunha, acusados de receptação dos pertences da jovem.
Para a primeira audiência, o juiz Gustavo Moreira intimou seis testemunhas de acusação - o delegado do inquérito, Bruno Giovannini; dois policiais militares; um frentista de posto de combustível de Nova Granada, última pessoa a ver a vítima viva; Adriano Barcellos, tio de Kelly; e Marcos da Silva, à época namorado da jovem.
Do lado da defesa, apenas a advogada de Daniel, Elise Cristina Severiano Pinto, incluiu uma testemunha - um cliente do lava-jato do rapaz, no Jardim Maria Lúcia, em Rio Preto. "Esta pessoa levou um carro para que o Daniel fizesse a limpeza. Ele acompanhou o serviço o tempo todo e depois deu carona até a casa do meu cliente. As câmeras do condomínio dele provam estes horários e confirmam que ele não participou do crime", diz a advogada.
Quanto ao crime de receptação, Elise afirma que não há como negar que Daniel comprou o celular de Kelly. Mas ela diz que o cliente não sabia de quem era, porque Jonathan formatou o aparelho antes de vender. "Como esse crime ocorreu em Rio Preto e ele já está há seis meses preso, vamos lutar para que ele tenha o direito de responder em liberdade, aqui no Estado de São Paulo."

Audiência de instrução - Como é uma audiência de instrução, o juiz Gustavo vai ouvir as testemunhas, pra depois decidir sobre o andamento do processo. Como foi um latrocínio, roubo seguido de assassinato, não haverá júri popular. É pouco provável que seja proferida a sentença dos réus, mas há possibilidade do juiz conceder para Daniel e Wander o direito de responder ao processo em liberdade, porque os crimes de receptação e fraude processual permitem a concessão deste benefício.
O promotor de Justiça do caso, Fabrício Lodo, acusa Jonathan de entrar em um grupo de caronas de Rio Preto e Itapagipe (MG) para escolher uma vítima e roubar um carro. Seu pedido de carona foi aceito por Kelly que iria viajar para cidade mineira para visitar o namorado. No caminho, Jonathan dominou a motorista, tentou estuprá-la e depois a matou estrangulada, deixando o corpo à beira de um rio em Frutal. Na sequência, ele retornou para Rio Preto com o carro roubado da vítima e vendeu os pertences. Ele foi identificado por câmeras de segurança de pedágio na rodovia BR-153.
Jonathan será julgado pelos crimes de latrocínio, ocultação de cadáver, fraude processual e estupro. Wander vai responder por receptação de pertences da vítima e também por fraude processual. Daniel será julgado apenas por receptação.
Todos os réus, que foram capturados pelo Caep (Companhia de Ações Especiais da Polícia Militar), estão presos no sistema prisional de Minas Gerais.

O caso e a audiência:
Crime: 1º de novembro de 2017
Local: Município de Frutal
Histórico: A jovem Kelly Cristina Cadamuro dá carona em Rio Preto para Jonathan Pereira do Prado numa viagem para Itapagipe (MG), mas é morta em Frutal. O acusado volta com o carro da vítima até Rio Preto para tentar vendê-lo.

Audiência:
Horário: 9h desta quarta, 16
Local: Fórum de Frutal - Praça Sete de Setembro

Quem participa da 1ª audiência:
Juiz da Vara Criminal - Gustavo Moreira
Promotor de Justiça - Fabrício Costa Lopo
Assistente de acusação: Jorge Argemiro De Souza Filho

Réus:
Jonathan Pereira do Prado (preso) - Advogado: Antonio Cesar Camargo Jardim
Wander Luís Cunha (preso) - Advogados: Kelvia Nogueira Yamaguti e Márcio Roberto Ferrari
Daniel Teodoro da Silva (preso) - Advogada: Elise Cristina Severiano Pinto

Testemunhas:
Acusação - Delegado Bruno Giovannini de Paula; Policiais militares de MG, Márcio Roberto da Silva Santos e Milan Mavra; Frentista do posto de Nova Granada, Adriano Barcellos Augusto, tio de Kelly; Marcos Antonio da Silva, namorado de Kelly à época do crime.
Defesa - Cliente do lava-jato de Daniel Teodoro da Silva.

Advogado pede 50 anos - O advogado Jorge Argemiro de Souza Filho, contratado pela família de Kelly, vai atuar como assistente de acusação, com direito de fazer perguntas. "Vou trabalhar para que ele pegue a pena máxima por todos os crimes, o que pode chegar a 50 anos de prisão. Apesar do MP apontar apenas Jonathan como autor do crime, eu não acredito que ele faria isto tudo sozinho. A audiência será uma oportunidade do réu esclarecer", diz.
Durante a fase de investigação, Jonathan deu duas versões para o crime. Numa delas, dizia ter agido a mando do namorado da vítima, mas logo depois mudou o depoimento assumindo sozinho a autoria do crime.
Jorge afirma que uma faca com sangue encontrado no carro da vítima é uma prova nova do caso. Os exames atestam que o sangue é humano, mas é inconclusivo quanto a identificação de quem seria. "Eu acredito que essa faca possa ter sido usada para dominar Kelly e o sangue pode ser dela. Um laudo pericial mais específico pode provar de quem é o sangue."
Um dos depoimentos mais aguardados é do ex-namorado de Kelly, Marcos da Silva. Desde a morte, o jovem tem evitado falar até com parentes sobre o que ocorreu.
Fonte: Diário da Região

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