sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Recapturados os foragidos da cadeia de Campina Verde

Fuga dos presos, mais uma vez serviu para demonstrar a fragilidade e a precariedade da cadeia de Campina Verde
Desde o dia 25 de julho, quando ocorreu uma fuga na cadeia de Campina Verde, a polícia militar iniciou uma incessante maratona de serviço, sendo que alguns militares se desdobraram em plantões contínuos com deslocamentos para a zona rural do município e até mesmo em municípios vizinhos com o objetivo de localizar dois, dos cinco detentos que ainda continuavam foragidos, ou mesmo em busca de informações sobre o possível paradeiro dos mesmos.
Nestas peregrinações os militares checaram diversas informações e concluíram que devido ao grande cerco montado pela polícia militar os foragidos ainda continuavam na cidade aguardando momento adequado e apoio de outros elementos para sair da cidade.
Foram formadas várias equipes de militares descaracterizados, que realizaram monitoramento em diversos locais da cidade e através deste trabalho tiveram acesso a um numero de telefone celular usado por um dos foragidos, através do qual a polícia localizou os elementos e conseguiram efetuar a prisão dos mesmos, reconduzindo-os a cadeia local.

Fragilidade a toda prova. Mais uma vez a população da cidade pôde constatar a fragilidade da cadeia de Campina Verde. Se não bastasse a precariedade das instalações, envolvido com superlotação e ainda a precariedade da vigilância já que os agentes e policiais militares não contam com nenhuma segurança e infra-estrutura para trabalhar no local.
Devido ao péssimo estado, os riscos de fuga só aumentam, além de haver riscos para detentos, funcionários e demais pessoas que transitam pelo espaço.
De agosto de 2009 até agora, foram emitidos nove laudos técnicos do Corpo de Bombeiros alertando sobre a situação, indicando prazos para a resolução do problema, No entanto, nenhum dos prazos foi cumprido, nem as punições cabíveis, de acordo com a legislação vigente, foram aplicadas.

Nestes laudos está incluído, relatório minucioso expedido pelo Corpo de Bombeiros sobre o estado de conservação da cadeia de Campina Verde, mostrando os inúmeros problemas: as paredes apresentam rachaduras, trincas e infiltrações, além de serem frágeis em sua construção; instalações elétricas soltas, com risco de incêndio; a porta de entrada e a janela do albergue dão para o pátio; no local não tem cerca elétrica, sendo cercado apenas por um alambrado. Tudo isso traz insegurança para quem trabalha no local e para os moradores daquelas imediações. Na última semana, quando os cinco presos fugiram através de um túnel de cerca de dois metros feito em uma das celas, a fuga foi descoberta primeiramente por traseuntes que passavam naquele local, comprovando, portanto, a fragilidade das instalações bem como do sistema de vigilância já que no local não há sequer uma guarita para que possam monitorar a parte externa da cadeia.
Na única cela destinada aos albergados a ventilação consiste em apenas uma janela de vidros quebrados pelos próprios albergados, caso contrário seria impossível ventilação no local já que ali ficam amontoados vários homens em condições sub humanas.
Sabemos que não é somente em Campina Verde, mas na maioria das cidades brasileiras observa-se a falta de infra-estrutura nesse importante setor. Sobram fartos recursos para diversas falcatruas, como exemplo as diversas publicidades veiculadas nos grandes veículos de comunicação, publicidades vergonhosas já que remetem o leitor/telespectador a uma realidade que não existe e que, indiretamente, faz o nojento e exacrável culto a personalidade dos gestores,em detrimento da segurança da população.
A cadeia de Campina Verde é administrada pela Polícia Civil, mas a guarda do prédio e dos presos é de responsabilidade da Polícia Militar. Não há previsão de a Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi), ligada à Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) de Minas Gerais, assumir a direção e o Governo de Minas Gerais vem apresentando deficiência na liberação de verbas para reforma de prédios no estado.
Em Campina Verde esta “novela” da cadeia já perdura por longos anos, sendo feitas várias promessas em relação aos investimentos, mas todos vêem e sentem de perto, a realidade completamente diferente.
Quando políticos visitam a nossa região, esquecemos tudo e alegres, vamos nós de bandeiras e coisas que tais esquecidos de tudo, para saudá-los e reverenciá-los e mais ainda, aplaudimos as promessas, mas tão logo passa o período eleitoral é que deparamos com a realidade. As falcatruas continuam as mesmas, as promessas não cumpridas e os pára-quedistas novamente sumiram.

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