domingo, 6 de novembro de 2016

Rodovia BR-497 é uma das piores de Minas Gerais, segundo pesquisa
Em mais de 45 km da rodovia BR-497, não existe acostamento  (Foto: Cleiton Borges)
Em mais de 45 km da rodovia BR-497, não existe acostamento (Foto: Cleiton Borges)

Os 134 km da BR-497 que ligam Uberlândia a Campina Verde correspondem a 25% dos acidentes ocorridos neste ano. Ao todo, foram 87 casos com vítimas.


Os 309 km do trecho da BR-497 que cortam Minas Gerais teve um dos piores desempenhos do Estado, segundo a 20ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias, divulgada na última semana pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). A situação geral da rodovia, que liga Uberlândia a Prata, é considerada regular em relação a pavimentação e sinalização e a geometria da pista é tida como ruim. Além das falhas estruturais, usuários da via reclamam da recorrência de crimes.
Segundo dados da Polícia Militar Rodoviária, desde janeiro, foram registrados 12 roubos a postos de combustível, cargas e veículos. Dos 1.092 km de rodovias da região de responsabilidade da corporação, os 134 km da BR-497 que ligam Uberlândia a Campina Verde correspondem a 25% dos acidentes ocorridos neste ano. Ao todo, foram 87 casos com vítimas.
A reportagem do Jornal Correio de Uberlândia percorreu 78 km do trajeto entre os municípios de Uberlândia e Prata e percebeu uma série de falhas viárias, como ausência de acostamento, falta de sinalização horizontal e vertical, gado na pista e diversas ondulações no asfalto. A professora Eglê Adriana da Costa, moradora de Campina Verde, trafega sozinha pela rodovia há cinco anos. “Venho morrendo de medo. Falo que é Deus quem dirige para mim”, afirmou. Ela disse que já passou por vários inconvenientes durante as viagens. “Uma vez estourei o pneu e não sabia o que fazer pela falta de acostamento. Andei muitos quilômetros com pneu furado até achar uma estrada de terra. Não tem nenhuma segurança”, afirmou.
Na manhã do dia 28 de outubro, o carro do eletricista Luciano Reis Cardoso, por falha mecânica, teve superaquecimento durante o caminho para Prata. Ele andou por, pelo menos, 4 km até conseguir parar o veículo. “O carro poderia parar a qualquer hora e a gente ficar no meio da rodovia. Quem está aqui assume um risco diário”, afirmou.
A pesquisa da CNT também demonstra problemas na estrutura de apoio da rodovia. Dos 309 km de extensão pesquisados, apenas 29 km contam com borracharias e 60 km com postos de gasolina. Entre Uberlândia e Prata, por exemplo, existe apenas um posto no trajeto. “Além da péssima estrada, não tem nenhuma estrutura, com um único posto e única borracharia, que fecha às 17h. Eu prefiro atrasar meu frete do que me arriscar a pegar isso aqui à noite. É uma vergonha”, disse Júlio Antônio Marçal, caminhoneiro há 34 anos.
Fonte: Jornal Correio Uberlândia

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