sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Alberto Manna recebe título de Cidadão Sul-Mato-Grossense 


Aos 72 anos, o campinaverdense, advogado e produtor rural, ex-auditor e conselheiro substituto aposentado do Tribunal de Contas de MS, ex-superintendente Regional do INCRA/MS, Alberto Leonel de Paula e Manna foi um dos quatro homenageados pela Assembleia Legislativa, no último dia 04 de dezembro, em Campo Grande/MS, recebendo o Título de Cidadão Sul-Mato-Grossense.
A Sessão Solene de outorga de Título de Cidadão Sul-Mato Grossense e Comenda do Mérito Legislativo, foi proposta pela Deputada Dione Hashioka – 2ª Vice-Presidente.
Alberto Leonel de Paula Manna é um dos onze filhos de Alberto Caetano Francisco Manna e Rosa de Paula Manna, nasceu em Campina Verde e é casado com Marta Manna, com quem tem três filhos: Leonardo, Leandro e Mariana e a neta Isabela. Estudou no Seminário do Caraça (MG), Petrópolis (RJ) e em Belo Horizonte, concluindo três cursos superiores: Direito, Filosofia Pura e Letras (Português - Francês).
Possui em seu currículo vários cursos e certificados, e é Auditor aposentado do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul, onde também atuou como Conselheiro Substituto, de 1990 a 1998. 
Alberto Manna foi professor de Português e Francês, em Belo Horizonte (MG); ocupou cargos na Assessoria Jurídica do Grupo Petrominas, de 1969 a 1971, foi Chefe de Gabinete da Prefeitura de Dourados de 1973 a 1977. Neste período, coordenou a visita do Presidente da República, Ernesto Geisel a Dourados para implantação do Programa de Desenvolvimento da Grande Dourados (Prodegran) foi secretário Executivo da Associação Sul-Matogrossense de Municípios (ASSULMAT) de 1978 a 1979, chefe do grupamento fundiário do INCRA, em Marabá, Pará no ano de 1980, e chefe do grupamento fundiário do Getat, Também em Marabá, de 1981 a 1984. 
Antes de Alberto Manna assumir a direção no Estado de Mato Grosso do Sul, o INCRA atuava em Projetos de Colonização na faixa de fronteira com a Bolívia e Paraguai, considerada indispensável à segurança e desenvolvimento nacional.
Em 1985, a convite do governador Wilson Barbosa Martins, assumiu a direção Regional do INCRA em Mato Grosso do Sul. De 1986 a 1990, também exerceu o cargo de Presidente da Comissão Agrária. Em 1987, já no governo Marcelo Miranda, foi designado Delegado Regional do Ministério da Reforma e desenvolvimento Agrário do Estado de Mato Grosso do Sul pelo Ministro Dante de Oliveira. 
Em 1989, Superintendente Regional do Ministério da Agricultura, em 1990, voltou a ser nomeado Superintendente Estadual do INCRA no Mato Grosso do Sul na gestão do ex-governador Marcelo Miranda. 
Alberto Manna também participou da elaboração de diversos trabalhos, palestras, e edição de livros como “A Reforma Agrária em MS”, promoveu a realização de seminários e contribuiu na elaboração do Plano Regional de Reforma Agrária, em 1985, no governo do Presidente José Sarney.
No período de 1985 a 1990, em que esteve à frente do INCRA, essas ações ocorreram de forma mais especifica, em áreas de imóveis rurais declaradas de interesse social para fins de desapropriação, com vistas à efetiva implantação do Plano Nacional de Reforma Agrária, com a estruturação dos projetos de assentamento. 
A organização técnico-administrativa do Incra comportava um efetivo de 286 funcionários, integrada de unidades funcionais em Dourados, Corumbá e Jardim que eram coordenadas pela Direção em Campo Grande responsáveis pela execução das atividades meio e fim.
Eram muitos os conflitos entre os diferentes segmentos, e a pressão das lideranças, sistemática de ambos os lados. 
Partindo do princípio que a participação de toda a sociedade era indispensável ao desenvolvimento do programa de Reforma Agrária no Estado, a atuação da Superintendência Regional do INCRA em MS esteve direcionada dentro de um contexto democrático, participativo e, sobretudo respeitando as opiniões das classes produtoras e dos trabalhadores rurais, procurando sempre a solução dos problemas através do diálogo. Essa foi a marca deixada na gestão de Alberto Manna, fazendo da integração, sua palavra de ordem.
Entre as principais atividades desencadeadas pela Superintendência do INCRA em Mato Grosso do Sul na gestão de Alberto Manna, por meio de ação conjunta com outras instituições há de se destacar: A convocação de toda a sociedade Sul-mato-grossense, Órgãos Federais, Estaduais, Municipais e Entidades de Classe dos produtores, sindicatos, e sem terras para debates e discussões em torno da proposta do Plano Nacional de Reforma Agrária; Realizou o I Encontro sobre Projetos de Assentamento no Estado de Mato Grosso do Sul; Promoveu o treinamento de pessoal, na área de identificação e classificação de solos, em programação conjunta INCRA/EMPAER; Participou junto à Prefeitura Municipal de Campo Grande na elaboração do Projeto "Cinturão Verde", desenvolvido na Capital. 
Celebrou convênios com a EMBRAPA, EMPAER, AGROSUL, TERRASUL, INAMB, Secretaria de Estado de Saúde e Governo do Estado com vistas ao repasse de recursos com a finalidade de viabilizar a assistência técnica, médico-odontológica, aquisição de tratores, extensão rural, obras de infra-estrutura, expedição de carteiras do INAMPS RURAL e aquisição de gêneros alimentícios destinados às famílias acampadas; e aos parceleiros assentados;Contou com a participação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, na difusão da tecnologia agropecuária junto aos assentamentos.
De 1985 a 1990, foram criados 22 projetos de assentamento, além dos projetos mantidos pelo Governo do Estado. Nesse mesmo período, mais de cinco mil famílias foram assentadas, compreendendo uma área de 101.257 hectares, conquistados através de desapropriações ou acordos amigáveis com os proprietários.
Alguns dos projetos existentes tinham vários problemas de infra-estrutura e de baixa fertilidade do solo, com algumas exceções, obrigando os técnicos a promover um redimensionamento dos lotes e mudanças dos trabalhadores para novas áreas agricultáveis, promovendo melhoria das condições de plantio e consequentemente da vida das famílias, que lá permaneceram.
Através destes acordos, Mato Grosso do Sul abriu nova etapa no processo de reforma agrária, o que possibilitou acesso às terras aos trabalhadores rurais. Contudo, seus dirigentes reconheceram que a aspiração dos trabalhadores era bem maior. 
A elaboração dos planos encaminhados ao BNDES, para liberar recursos do Programa Especial de Crédito para Reforma Agrária beneficiou 2.184 famílias em vários projetos de Assentamentos.  
No final de 1989, a safra colhida em apenas 17 dos 25 assentamentos existentes, somavam 68.145 toneladas de produtos como arroz, algodão, feijão, milho, mandioca e soja.
Ao finalizar este período na Superintendência de Mato Grosso do Sul, Alberto Manna considerou que a semente da integração, com a integração de todos os envolvidos diretamente no Programa, e da sociedade apresentaram um resultado bastante positivo, com assentamento de Cinco Mil famílias, conquistando mais de 111 mil hectares.
Ao deixar a superintendência do Incra, em 1990, Alberto Manna aguardava ainda, a conclusão dos processos de aquisição de outras 11 áreas, totalizando 22 mil hectares, suficientes para assentar mais de 700 famílias.
Após receber o título, Alberto Manna comentou: "Fico envaidecido em receber o título, acredito que é um reconhecimento do trabalho. Eu posso destacar que à frente do Incra/MS fizemos um assentamento, hoje município Novo Horizonte do Sul, que se tornou referência para o Brasil. Fico muito feliz com a homenagem", comentou.
"Nós temos orgulho em poder homenagear esses profissionais que, cada um a sua maneira e com seu trabalho, ajudaram a desenvolver Mato Grosso do Sul. Eu fico envaidecida em poder homenagear essas pessoas por meio da Assembleia Legislativa e valorizar o trabalho que elas fizeram para o Estado", explicou a deputada estadual Dione Hashioka autora da proposta, e 2ª vice-presidente da Casa de Leis.
Ao discursar Alberto Manna revelou que enfrenta mais uma luta entre tantas batalhas já conquistadas ao longo de seus quase 72 anos de vida, o LINFOMA. Mas tenham certeza, com a ajuda de Deus, dos médicos, de minha família e de minha inabalável energia positiva, vou vencer mais esse desafio, mesmo que seja obrigado a mostrar essa careca simpática, disse.
Ao finalizar Alberto Manna fez um agradecimento especial a sua Família: a esposa Marta com quem convive há 40 anos, e aos filhos Leonardo, Leandro e Mariana, a neta Isabela. Ele também agradeceu aos três irmãos presentes à solenidade, Zé, Letícia e Maria de Lourdes representando os sete outros que não puderam comparecer na solenidade.
Ele também agradeceu aos demais parentes, ex-colegas da Prefeitura de Dourados, do Incra, do Tribunal de Contas, da OAB, do Sindicato Rural de Caarapó, do Rotary Club Campo Grande Universidade e a todos os amigos que compareceram, entre eles o diretor executivo da Agraer, Alexandre Tranim que foi um grande parceiro à época do Incra, através da Empaer.

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